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| | "The Falcon" | |
| | Autor | Mensagem |
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Rayden Low Card
Mensagens : 20 Data de inscrição : 10/09/2009
| Assunto: "The Falcon" Sáb Set 19, 2009 11:11 am | |
| Era mais um dia, daqueles dias que só apetece partir tudo o que vemos à nossa frente. Mais uma vez chegava a casa, mais uma vez tinha falhado, entro no meu prédio, vestia um grande casaco preto, umas calças de ganga e umas botas. Também trazia um chapéu de chuva, mau tempo lá fora, para outra pessoa seria um encanto chegar a casa depois de um temporal e deitar-se a ver televisão no quentinho, mas não. Subi as escadas, parei logo nas primeiras portas, virei à esquerda e entrei.
Estava em casa, ao contrário que outros pensariam a minha casa não é um mar de rosas. Quase não há mobília! Sim, dentro de um homem que parece ter tudo o que precisa, há um grande pobre tanas! Alguém que nem uma vida consegue ter! Tiro o meu único casaco e meto em cima da única mesa daquela casa. Sento-me e meto as mãos na cara. Que falhanço que sou! De um momento para o outro toca a campainha. Levanto-me e vou lá... Abro a porta, era uma mulher. De cabelo castanho, bem agasalhada, olhos azuis, cor branca. A minha mãe.
Mãe: Filho...
Mark: Porque não entraste logo? Acho que te tinha dado a chave...
Mãe: Isso não importa! Conseguiste o emprego?
Mark: Não, sou um falhanço mãe.
Mãe: Não sejas assim Mark!
Mark: Tenho de ser mãe! Já viste o que só ainda consegui? Isto? Esta merda? Vocês merecem mais! Muito mais, depois de tudo...
Mãe: Mark! Tu não nos deves nada...
Mark: Devo sim, não vos vou deixar viver naquela barraca.
Eu e a minha familia desde o meu nascimento que moravam numa pequena casa no campo, as condições não eram as melhores mas foi ai que nasci, mas não posso deixar que eles continuem a viver lá. Tenho de melhorar a condição de vida dos meus pais, depois de tudo o que eles fizeram para me alimentar.
Mãe: Filho, tu mal tens dinheiro para pagar a renda. Desiste de isto tudo, de tentar orgulhar os teus pais. Nós temos orgulho por quem tu és! Não por quem queres ser. Não ficamos desapontados...
Mark: Mãe, isto não é só sobre vocês. Tenho de provar a mim. E irei conseguir, não sei como. Eu irei procurar mais empregos.
Mãe: E o wrestling? Eu sei que adoras, podias tentar...
Wrestling foi sempre o meu sonho desde criança, quando brincava, era wrestling. A minha TV, bem apesar de poucos canais, sempre que dava wrestling era o que todos tinham de ver. Mas esse sonho há muito que estava esquecido.
Mark: Mãe? Por favor, wrestling? Para que ganhar uns trocos? 5 euros? isso nem para um lanche me serve! É sempre impossível termos o que queremos, eu bem que queria tornar-me um wrestler profissional, mas é impossível, só para encontrar um emprego de jeito é o que é. Wrestling é 100 vezes pior que encontrar emprego.
Mãe: Então como vais fazer? É muito difícil manteres esta casa.
Mark: Logo verei, logo verei.
Mãe: Então não tenho mais nada que fazer aqui. Adeus.
Logo após a minha mãe sair, vou sentar-me numa das poucas cadeiras do sitio, tiro uma foto dentro duma gaveta da mesa. Era eu e o meu irmão falecido, nós com uns 10 e pouco anos, uma lágrima cai-me dos olhos. O que eu mais desejava era ter o meu irmão ao meu lado, um amigo como ele, com os mesmos gostos, para nos podermos ajudar um ao outro.
O meu irmão morreu quando tinha 16 anos, estávamos a vir do treino da primeira federação de wrestling onde entrei. Falávamos do dia que se tinha passado, contentes, eu passei a estrada, ele ficou um bocado para trás e foi atropelado. A primeira lágrima caiu, e seguida dela vieram muito mais e eu, mesmo sendo um homem calmo, dei um murro com tanta força na mesa, que foi sorte não se partir. | |
| | | Rayden Low Card
Mensagens : 20 Data de inscrição : 10/09/2009
| Assunto: Re: "The Falcon" Sáb Set 19, 2009 7:42 pm | |
| Passaram uns dias, as economias iam acabando, e Mark estava acabado, cansado, triste, enfim. A conversa com a sua mãe tinha sido motivo de pensamento nos últimos dias, o sonho de ser um lutador de wrestling começava a voltar. As memórias dos tempos com o seu irmão bombeavam na sua cabeça.
Deitado no sofá está ele, vestia uma camisola preta e umas calças de ganga olhando para tecto com um ar de pensamento, com a foto de ele e o seu irmão sobre o seu peito, passado uns segundos, ele levanta-se, arranja-se decentemente, e sai de casa. O dia, ao contrário do outro estava bastante agradável, calor, não muito, um pouco de vento, ideal para uma saída. Mark entra num sitio, parecia uma taberna, senta-se numa de várias cadeiras à frente do balcão. Ordena uma bebida. Mark não era muito de embebedar-se, talvez começasse a ser.
Ao lado do balcão, estava umas mesas, com algumas pessoas, e no topo de uma parede, uma televisão. Nesse momento passa um anuncio de wrestling, uma federação , neste país. As opiniões das pessoas dividiam-se.
Homem 1#: Wrestling? Ahah, isso é para miúdos!
Homem 2#: Eu não acho, até gosto de ver às vezes.
Mark, deu um pequeno sorriso e continuou a beber. Mas então, dá lhe um vaipe e pergunta ao homem do balcão.
Mark: Você por acaso sabe onde é que essa federação fica?
Homem: Por acaso, até sei. É aqui perto (...)
Mark agradece as instruções, paga e sai da taberna. Lá fora ele mete as mãos na testa.
Mark: Que estúpido que sou. Ahah
Nesse exacto momento, o seu telefone toca, só por acaso era daqueles Nokia antigos em que se costumava jogar Snake. Mark leva o telefone à orelha. Era o seu pai.
Pai : Filho, é a tua mãe...
O ar de Mark muda completamente.Começa a correr, a correr muito, visto não tem nenhum carro, chega a um hospital, entra, sempre apreçado, e vai ter com o seu pai. Passando pelas pessoas todas do hospital, chocando nelas, mas sempre sem parar.
Mark: Como é que ela está? (cansado)
Pai: Não sei, o médico ainda não falou comigo, ela estava em casa e desmaiou, eu não sabia o que fazer. (...)
Nesse momento entra um médico. Ele diz que quer falar com o Pai de Mark sobre a Mãe. Então ele vai. Mark cá fora está em tremendo pânico. Treme por todos os lados. O seu pai finalmente sai, tremendo e cheio de lágrimas...
Pai: Mark... É muito mau. A tua mãe tem uma doença muito grave, é preciso muito dinheiro para a conseguir curar. Mais do que tu ou eu conseguimos a arranjar... (chora)
Nesse momento, Mark sabia o que queria, uma vez na vida, determinado, ele sai do hospital a correr, passando pelas mesmas pessoas, mas agora estava diferente, soando por todos os lados, ele finalmente chega aonde quer. O letreiro do edifício dizia XWA. O seu futuro. | |
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